segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

TERRENO DO TAPANÃ


Guarda
Após desocupação do terreno, times voltam a organizar seus campeonatos
terreno do Instituto de Previdência e Assistência do Município de Belém (Ipamb) foi reaberto ontem como área de lazer para os moradores do Tapanã, após o confronto entre guardas municipais e invasores. Localizado na rua São Clemente, o terreno foi ocupado no final do ano passado e as famílias que estavam lá resistiram à ação da Guarda Municipal com paus, pedras e fogos de artifício. Após o conflito, deixaram a área. Ontem, moradores de comunidades próximas realizaram dois jogos de futebol e já preparam um campeonato, cujo início será no próximo sábado.
Mário Sérgio Gomes, 50 anos, coordenador de esporte das comunidades, explica que o terreno tem mais de 30 anos e há 20 é usado campo de futebol pelos moradores do entorno. O jogo de ontem era de veteranos contra jovens. "A gente sempre preservava ele e quando tentavam invadir, a gente chamava a Guarda Municipal. A gente foi contra a invasão e vai continuar tomando conta do terreno, sempre tendo consciência que ele é do Ipamb. Quando o instituto precisar, a gente devolve. Mas é importante que seja deixado um espaço de lazer para as pessoas que moram nessa éra", afirma.
Segundo ele, o terreno é usado pelas comunidades São Gaspar, Aldo Almeida, Parque Verde, Campos Elísio e Novo Milênio. Há 15 anos, ele é palco de um campeonato de futebol que reúne 16 equipes. Este ano, até a Guarda Municipal foi convidada para participar, mas ainda não confirmou. "Nós estamos gostando do trabalho deles, porque em momento nenhum eles partiram para a violência. Eles foram atacados e ajudaram muito a comunidade na questão do esporte. Muitas pessoas não aceitavam a invasão", conta.
Após a desocupação do terreno, ainda de acordo com Mário Sérgio, houve um mutirão de limpeza para que pudesse ser reutilizado pelos moradores. "Os invasores sujaram tudo", reclama. Além de jogos entre adultos, o espaço é espaço de treinamento para crianças e jovens. Odival Paez Pereira, o "Vavá", 48 anos, coordena a escolinha de futebol e diz que há oito times e 125 crianças, de 8 a 13 anos. "Isso é muito importante não só para elas, como para os pais, que às vezes precisam sair para trabalhar e deixam os filhos aqui com a gente", observa.
Para o jogo de ontem, a Guarda Municipal doou as traves, pintadas pelos próprios moradores. Além disso, a guarda garante também a segurança do espaço. "A Guarda estava tentando manter a ordem, que foi meaçada com a tentativa de invasão", disse Roberto Avelar, comandante do Grupamento Tático da Guarda Municipal. Desde o dia 28 de dezembro, eles fazem patrulha na área e, no dia 2 de janeiro, um agrupamento montou uma base no local. Os guardas permanecerão no terreno por tempo indeterminado.